As Minhas Férias no Algarve
Pois é, amigos ...
Aqui o vosso amigo Pilantras foi passar umas pequenas férias no Algarve. O Ventor apontou a Sul e disse-me que me preparasse porque íamos passar férias a sul mas que não me preocupasse porque seria sempre bem longe da linha do Equador e bem para Norte. Seria no reino dos Algarves.
Fui sempre a refilar com ele mas o gajo parece feito de metal, frio como um iceberg e sem passar cartão, alguma vez que fosse, às preces de um gato. Quando dei pela fé, estávamos numa casa nova numa Quinta muto bonita com muitas amendoeiras e figueiras e, especialmente, muitas videiras para o belo vinho de Lagoa. Depois de me meter dentro da nova casa, tão frio que é que lhe rasguei uma camisola e nem me ralhou. Apenas me disse: "desenvencilha-te, porque a partir de agora estás por tua conta. Só te dou de comer e de beber e, tal como fazes no outro sítio, esperas que eu venha"!
São belas as pegas azuis. Um vídeo do Youtube
Ele ouviu uma grande algazarra, pegou na máquina e saiu! Eu limitei-me a dizer: "estou lixado"! Em algazarras não me meto. Comecei a procurar um buraco para me esconder e nem debaixo da cama me safei. Não tinha onde me esconder mas aprendi tudo com o Ventor, até a abrir armários. Meti a "mão" na porta de um armário da cozinha, enfiei-me lá dentro mas tinha um buraco comunicante com o outro armário e passei-me para lá. Pensei logo: "aqui ninguém me topa"!
Afinal, a algazarra que o Ventor tinha ouvido e foi logo a correr para os fotografar, era feita por abelharucos que fazem dos campos algarvios, segundo me disse o Ventor, uma festa permanente. O Ventor passou pela piscina de máquina na mão, entregou a chave da casa à minha Dona e evaporou-se por entre as amendoeiras a tarde toda. Disse-me que eram só pegas azuis e abelharucos que, esvoaçando de amendoeira em amendoeira e de figueira em figueira, fartaram-se de gozar o Ventor. "Anda lá Paparazzi, fotografa que a gente deixa"!
Um vídeo do YouTube, da autoria de Angel Gonzalez. O Ventor andou vários km na rota dos abelharucos mas, chegando ao local onde já viu eles criarem os seus filhotes, apenas encontrou os ninhos onde o Ventor, com saudades, observou os buracos nos barrancos
Mas nunca deixaram! Também são mauzinhos! Nem o Ventor merecia isso! Afinal ele é só amigo deles.
Foi sempre assim. Nada de fotos! Eles iam e vinham e não pousavam em condições de serem fotografados. Quando pousavam perto, eles ficavam entre as ramagens e fugiam pelo lado contrário. Foi assim todos os dias. Numa caminhada que fez da Senhora da Rocha até pertinho de Benagil, passando por Porches na força do calor, já com um joelho a dar o negas porque tinha batido com ele, na véspera, numa mesa de uma explanada de Carvoeiro, o Ventor via os abelharucos passar sobre ele sempre na sua algazarra de festa. Mas nada! Depois chegou o nosso amigo Santiago com os pais e a minha Dona e sacaram o Ventor duma estrada de fogo, que ia direitinha ao Inferno. Não ia mas, segundo o Ventor, parecia.
Mas se o Ventor não conseguiu as imagens que queria dos abelharucos e das pegas azuis, restam-nos imensas fotos de Santiago, como esta em que ele sorri em desafio para o Paparazzi
Agora, com o joelho doente, o Ventor já me disse que não ia poder ir à Pedrada e, se for assim, já me safei de viajar até ao Norte que já conheço e não fiquei com vontade de lá voltar. Não quero mal ao Ventor mas pode ser que Santiago me ajude.