Pilantras - o Reencontro!
O Ventor diz-me que hoje é o nosso dia - o dia dos Animais. O dia de S. Francisco.
S. Francisco de Assis
Eu e o Quico somos as belezas do Ventor. Ele diz-me que o Quico foi e, ainda é, uma das suas belezas e agora eu também sou.
O Quico foi um gato feliz, andando sempre com o Ventor a passear pela Net. A perdição do Quico eram as Montanhas Lindas do Ventor e outras. E a minha perdição também está a ser essa, onde posso visitar os nossos amigos!
Quico - o gato do Ventor
Eu gosto muito dos animais que o Ventor coloca aqui quando os trás nas fotos.
Muitos de vós já sabeis que, um dia destes, eu desapareci. Saí para a escada quando a minha amiga Verónica dava brilho à porta das escadas. Depois ouvi fechar a porta e caminhei nas escadas para baixo e para cima, chamei mas a Verónica devia estar a limpar as varandas e não me ouviu. Depois subia da cave e um homem entrou com sacos das compras que me quis pôr fora das escadas. Disse à nossa vizinha que entrei quando abriu a porta. Eu não queria sair mas eles puseram-me fora.
Fui escorraçado da nossa casa por gente que não gosta de gatos.
Caminhei perdido pelo Parque Aventura mas sempre de olhos nos choupos. Foi ali que o Ventor e a minha Dona me encontraram. A minha fome era muita e eu tinha de vir aos choupos onde poderia encontrar comer. O Ventor ia voltar ao rio e um vizinho disse: "venha por aqui que está aqui um gato parecido com o seu". O Ventor desviou-se e chegou à minha frente. Eu fiz marcha atrás e escondi-me na mata de flores. Eu ainda ouvi o Ventor dizer para eles: "este deve ser o Pilantras". Passou para trás de mim para eu sair pelo lado da minha Dona mas, eu saí pelo lado dele numa correria louca direito ao rio. Ele ficou contente por me ver porque achou que era eu mas, não acreditava que eu lhe fugisse! Parei junto ao parapeito de madeira junto ao rio e estava lá o meu "inimigo" que disputava comigo o domínio do território que há dois anos, atrás, era meu.
O Ventor correu atrás de mim para me ver melhor pois era de noite e, de noite, como dizem, todos os gatos são pardos! Encontrei lá o outro e preparei-me para a luta já o Ventor estava a meu lado. Como o Ventor e a minha Dona têm dado de comer ao outro, um gato abandonado ou, com um azar igual ao meu, tive medo e fugi. Fui-me esconder no meio da folhagem e a minha Dona colocou-se do lado da estrada para eu não fugir para lá, o terror de todos os gatos.
A minha Dona chamou-me: "Pilantrinhas, chaninho, anda cá meu menino". Eu mantive-me escondido mas ouvia com insistência a minha Doana a chamar-me e, aquela voz, era a vós que eu conhecia há cerca de 28 meses, quatro meses em que ela me matava a fome, junto dos choupos e 24 meses de uma vida feliz em casa. O Ventor chegava e dizia que eu, quase de certeza absoluta, era o Pilantras. Quando ele chegou eu saí do meio da mata de flores, meti a cabeça de fora e dirigi-me para a minha Dona. Ela agarrou-me e fomos os dois para casa a choramingar com o Ventor atrás. Quando o Ventor abriu a porta e eu me encontrei ao colo da minha Dona, nas nossas escadas, senti-me o gato mais feliz do mundo.
Agora o Ventor contou-me quanto sofreu, de noite e de dia, à minha procura. Ele disse-me que pediu a todos os Deuses e Santos para me guardarem. Pediu ao Santo António para me guardar como lhe guardava as vacas nas montanhas de Adrão. Pediu à Deusa egípcia dos gatos, Bastet, para me pôr no caminho dele. Agora diz-me que foi a Deusa Bastet que me trouxe para casa, porque ele lhe pediu!
A minha Dona, tal como o Ventor, gostam muito de todos os nossos amigos e de mim. Foi assim que caminhamos para casa, na quinta-feira à noite
Como poderia eu não atender aos rogos da minha Dona?!
Hoje, dia de S. Francisco, o nosso dia, estamos juntos e felizes. O Ventor disse-me que se tivesse dinheiro suficiente comprava um espaço onde meteria todos os gatos abandonados da Amadora e onde o comer e a água nunca lhes faltasse. Os gatos abandonados ou perdidos, embora não se deixem apanhar, porque sabem que há pessoas más, olham para as pessoas com amor. Foram sete dias terríveis para o Ventor e ele disse-me que as pessoas que dão de comer aos cães e aos gatos da rua são as melhores pessoas do Mundo.