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Pilantras com o Ventor

O gato Ticas, nos trilhos do Ventor

Pilantras com o Ventor

O gato Ticas, nos trilhos do Ventor

A foto no cabeçalho é uma representação da batalha naval de Sinop, a qual fez parte de cerca de 300 anos das guerras russo-turcas. Já que o Ventor não diz nada, falarei disso por aqui. Rascunhos do Quico.

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Eu sou o Pilantras

Para os que não sabem, eu sou um dos novos amigos do Ventor.

O Ventor tirou-me da rua, tal como tinha feito com o Quico. Levou-me ao Veterinário, estive lá uns dias e fui tratado como um Príncipe. Príncipe com letra grande, pois claro!

Nos dias que lá estive, pensei que o Ventor me quisera só por uns dias e me tinha abandonado mas, ele achou que já chegava de veterinário e foi buscar-me um dia mais cedo.

Disse à minha dona que iam beber o café a Lisboa e, se a coisa fosse possível, traziam-me com eles. E foi assim. Vim com eles mas, vinha aflito dentro de uma transportadora grande que a veterinária nos emprestou porque eu trazia um funil ao pescoço. Quando o Ventor me trazia para casa, eu fiz tudo para me ver livre daquele casarão, revoltei-me e consegui abrir a porta. Quando o Ventor deu por isso já eu ia a correr pelo passeio acima, rumo ao meu jardim. Depois o Ventor e a minha dona foram-me buscar ao rio, onde eu meti a cabeça com o funil no meio de calhaus amontoados e tanto puxei que o tirei, mesmo nas barbas do Ventor. Depois fugi para um cano onde passam as águas das sargetas, onde me costumava esconder dos cães e disse para mim que mais ninguém me voltaria a apanhar! 

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Eu sou o Pilantras e observo tudo desde o miradouro do Quico

Mas não fui capaz!

A minha dona chamava-me como sempre: "Chaninho, anda cá Chaninho, vem comigo para comeres que deves estar cheio de fome. Eu sei do que tu gostas e a tua veterinária não sabia. Anda chaninho que eu não te coloco o funil" ... etç.

Bem, se eu não acreditar nela que sempre me tem dado de comer, em quem acreditar? Se não faço o que a minha amiga quer, com a perna aleijada, pendurada, sem forças, estou tramado! O melhor é fazer o que ela me pede!

Lembrei-me do que os amigos do Quico me diziam e como ele e o Ventor eram amigos. Depois pensei que, eu e o Ventor nos podíamos dar muito bem e perguntei à minha dona se não me punham o funil. Ela disse que não e pronto! fui ter com ela e dei-lhe muitas marradinhas. Levaram-me para casa e, comi tudo que havia de bom para mim, depois fui dormir toda a tarde.

Uma semana depois, para meu azar, o Ventor meteu-me naquela casota de grades e obrigou-me a ir com ele para Lisboa para eu apanhar mais uma pica. Fui mas, fui sempre a refilar. Acho que não posso confiar muito neste gajo, pensava eu. Vai-me abandonar aqui outra vez. Estou tramado, pensei eu!

A veterinária esteve a conversar com o Ventor, deu-me uma pica e continuaram a conversa. Depois o Ventor disse para a veterinária: "agora vai ser o diabo para o meter na gaiola". Pensei com os meus botões que o Ventor era mais maluco que eu e, resolvi colaborar. Virei-me para a porta da gaiola e entrei. Voltei-me para eles e disse ao Ventor: "se é para irmos embora vamos"! O Ventor fechou a porta, pagou e fomos para o carro. O que eu queria era ver-me dali para fora.

Viemos para casa, refilei pouco com o Ventor porque queria que ele soubesse que eu não gosto nada de andar de carro. Depois o Ventor disse à minha dona que eu me portei bem e fiquei todo contente. Agora o Ventor deixa-me mexer em tudo e pôs-me a rever tudo o que o Quico deixou feito aqui. Disse-me que eu vou ser o seu novo Secretário e que, se eu me portar bem, será tanto meu amigo como foi do Quico.

Eu cá vou ter de me portar bem! Farei tudo para isso e vocês, aqueles que forem meus amigos como foram do Quico, vão ter de me aturar!

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