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Pilantras com o Ventor

O gato Ticas, nos trilhos do Ventor

Pilantras com o Ventor

O gato Ticas, nos trilhos do Ventor

A foto no cabeçalho é uma representação da batalha naval de Sinop, a qual fez parte de cerca de 300 anos das guerras russo-turcas. Já que o Ventor não diz nada, falarei disso por aqui. Rascunhos do Quico.

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Morreu o gato "Menino"

"Menino"!

Era assim que a minha dona lhe chamava. "Menino"? Sim, era assim mesmo! E, com a velhice, o "Menino" não se tornou pobre e mal agradecido.

O Ventor contou-me a história deste gato a que, primitivamente, chamava "Preto e Branco". Ele era preto e branco e, com a velhice tornou-se mais castanho e branco.

Uns anos atrás, nos tempos do Quico, quando os gatos tinham uma vida ainda mais difícil, havia um gato velhote, o Branquinho, um gato quase todo branco que começou a perder o comando do grupo e foi para este último menino. Um dia, o Ventor chamou o Branquinho e deu-lhe algo para comer mas, mal o Ventor o deixou, ele foi atacado por este último Preto e Branco, este outro "Menino". O Ventor deu uma batida neste último menino e, posteriormente, quando ele via o Ventor fugia a sete pés. Quando este último menino começou a ficar velho, tal como o outro fazia, passou a vir pedir comer ao Ventor e à minha dona. Ele, quase rigorosamente, todas as noites vinha debaixo dos choupos pedir comer e, para mal dos pecados de todos os gatos, eu aprendi com ele a pedir comer a quem tinha bom coração para o dar. O Ventor e a minha dona fazem parte dessa gente. Ainda hoje, dois ou quatro, vêm pedir comer debaixo do choupo, tal como eu e outros viemos. Só que hoje eu sou um rei e assisto do meu Miradouro à sua desgraça que também já foi minha.

 
Também os gatos entram na guerra
 
Churchill, afaga o gato mascote do navio couraçado HMS Prince of Wales (53). Pelos vistos terá morrido com a sua tripulação no mar do sul da China, quando a aviação japonesa o meteu a pique. Foram três tiros deste couraçado que deixaram o Bismark moribundo na batalha do Mar do Norte.
 
 
Miacis o ascendente dos nossos gatos há milhões de anos (40?) Este arquivo é obra de Mr. Fink and is licensed under the Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported license
 

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O Dinictis, também conhecido por "falso tigre dente de sabre"

 
Será deste animal já extinto há cerca de 20 milhões de anos que descendem todos os gatos.
 
Mas, os gatos, todos aqueles que fazem parte da minha família e, protegidos da Deusa Bastet, começaram a relacionar-se com o homem na caminhada dos milénios. Eu acho que ninguém sabe desde quando mas, certamente, durante os últimos milénios. Há quem diga que, há 9.500 anos atrás, já há registos arqueológicos da sua ligação ao homem por terras de Chipre.
Mas acredita-se que essa ligação já era efectiva muito antes por terras hoje chamadas do "Fértil Crescente". De qualquer modo, sabemos que os egípcios adoravam os gatos milhares de anos atrás. Sabemos também que, quem matasse um gato no Egipto seria condenado à morte e, se os gatos morressem de morte natural, os egípcios guardavam luto por eles. Tudo isto porque, para além do mais, os gatos eram úteis. Eles guardavam os celeiros dos ratos e outros roedores e, mais não fosse, seria suficiente para que, o gato e o homem fizessem uma parceria na partilha deste Planeta Azul.
 
Mas hoje tudo é diferente!
Tirando algumas aldeias onde os gatos ainda prestam grandes serviços aos homens, na luta contra os roedores, a evolução da vida moderna não deixa que os homens se preocupam com os seus celeiros. O homem é um animal egoísta e acha que não precisa dos gatos para nada. Não fosse haver ainda muita gente a ter amor por esses animais e a maioria dos homens já teria dado cabo de todos os gatos porque não lhe fazem falta, pensam eles.
 
Diz-me o Ventor que os homens devem olhar os gatos e todos os outros animais domésticos e selvagens, como parceiros das suas caminhadas e não como intrusos. Provavelmente, todos esses animais andam cá primeiro que o homem e têm tanto direito como o homem a ocupar este espaço do Planeta Azul, sob o Tecto do nosso amigo Apolo.
 

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O gato "Preto e Branco" - o Menino

 
Eu sei amiguinho que tu foste um gato querido por muita gente que te tentou ajudar. O Ventor disse-me que tu, tal como o gato Branquinho, sempre agradeceste o comer que te davam. Primeiro com o olhar e, de seguida, com o miar. O Ventor dizia-me que tu, quando ele e a minha dona viravam costas, ficavas a olhá-los com os olhos fixos neles e a miar, era a tua maneira de dizeres obrigado. Não deixavas que te agarrassem mas, por fim, já deixavas tocar na cabeça. A minha sorte foi deixar-me agarrar pelo Ventor e pela minha Dona. Hoje somos todos muito felizes. Fiquei muito triste quando deixei de te ver debaixo dos choupos e eles iam à tua procura. Até um dia amigo, quando nos voltarmos a encontrar junto da nossa Deusa Bastet.
 
A mim, o Ventor e a minha Dona dão-me de comer e eu partilho com eles todo o meu amor com estes verdadeiros amigos. Somos uma verdadeira família.
Há pouco, estava com o Ventor a ver televisão e vimos que uma gata na Austrália salvou o seu dono de morrer queimado num fogo que lhe destruiu a casa. Na América, tempos atrás, uma velhota foi salva pelo seu gato de ser assassinada por dois bandidos que já lhe tinham colocado o fio do telefone em volta do pescoço. O gato atacou-os e arranhou-os e foi por essas arranhadelas que a polícia os apanhou. Uma menina foi salva pelo seu gato quando este atacou o cão que a poderia matar. Diz-me o Ventor que "os animais são peluches vivos que para além de serem belos companheiros, em muito nos podem ajudar".
 
Eu por aqui andarei a observar muitos dos meus amigos que a meu lado passearam neste jardim. Hoje não precisam de nos chamar "vira-latas" porque já não há latas para virar. Os grandes sistemas do lixo não nos permitem apanhar os restos. Se não houver quem nos ajude, todos os gatos morrerão à fome, nas grandes cidades. Não deixem morrer os vossos parceiros de caminhada que ainda por cima são tão lindos e bons companheiros. Eu tenho muita honra de ser um gato, o vosso amigo Ticas - o Pilantras.

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